Volta e meia o Cacau manda umas dessas. Mas volta e meia eu também me atravesso com algumas de suas notas. Normal. Mas essa de hoje me levou ao anos 70/80 na Joaquina, o torpedo de siri no Bar do Chico... os principais pilotos de asa delta do Brasil e ate de fora colorindo os céus da Ilha, do Morro da Cruz, da Lagoa, da Mole... as cocotinhas, o quiosqui, o Estúdio A2, do Beto Stodiek... putz...
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Cacau Menezes (DC, 27/01/2011) - Manifesto de Verão
Olhando para trás, nos últimos 40 anos, muita coisa mudou. Aqui e no mundo. Dionne Warwick cantava “The look of love” para que nossos corações apaixonados pudessem dançar com a mulher amada, cujo perfume exalava gardênia e o sorriso nos lábios cor de cereja anunciava a alegria da vida. Os beach clubs eram barracos de madeira, como o Bar do Chico na Joaquina, onde todos podiam tomar cerveja gelada, caipirinha e “torpedos” de siri. Os mariscos eram de graça. Bastava mergulhar em volta de pedra careca, logo ali na frente. A beleza das meninas era natural. Caras lavadas pela água salgada e bronzeadas pelo sol do verão. Não havia botox, silicone e nem medo do câncer de pele. Camada de ozônio era assunto para cientista. Não se dava muita importância para os carros ou para as casas onde moravam as pessoas. Uns eram mais afortunados, outros menos. Todos eram mais felizes. Também não se freqüentava o psicanalista, psiquiatra ou psicólogo. Não era preciso, talvez. As pessoas iam se ajudando como podiam, moldando suas vidas de acordo com as possibilidades. Ajudavam e eram ajudadas. A solidariedade humana não custava tão caro. Dar um prato de comida, uma roupa usada ou até um trocado para o necessitado não prejudicava ninguém. Algumas pessoas mais abastadas até ajudavam seus empregados a construírem suas próprias casas. Havia gratidão e fidelidade entre patrão e empregado. A Ilha era quase virgem, os preços dos imóveis acessíveis aos cidadãos. Não havia engarrafamento, poluição, tanta droga e criminalidade. Vivíamos no paraíso e não sabíamos.
Não se falava em produtividade, não havia cybers-dependentes na juventude, não havia tanta falsidade e egoísmo. As crianças brincavam nas ruas e nos terrenos vazios. Uma lata de leite em pó, cheia de brita e puxada por um barbante, virava um brinquedo emocionante. Hoje é preciso um laptop com muitos megabytes e uma Ferrari para que muitos possam dizer: Eu sou alguém, eu valho alguma coisa…E a amizade passou a ser assunto cibernético… Já não temos tempo para os amigos
Ai que saudade que eu tenho da minha Lagoa, que era (só) minha e da Conceição…
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Cacau Menezes (DC, 27/01/2011) - Manifesto de Verão
Olhando para trás, nos últimos 40 anos, muita coisa mudou. Aqui e no mundo. Dionne Warwick cantava “The look of love” para que nossos corações apaixonados pudessem dançar com a mulher amada, cujo perfume exalava gardênia e o sorriso nos lábios cor de cereja anunciava a alegria da vida. Os beach clubs eram barracos de madeira, como o Bar do Chico na Joaquina, onde todos podiam tomar cerveja gelada, caipirinha e “torpedos” de siri. Os mariscos eram de graça. Bastava mergulhar em volta de pedra careca, logo ali na frente. A beleza das meninas era natural. Caras lavadas pela água salgada e bronzeadas pelo sol do verão. Não havia botox, silicone e nem medo do câncer de pele. Camada de ozônio era assunto para cientista. Não se dava muita importância para os carros ou para as casas onde moravam as pessoas. Uns eram mais afortunados, outros menos. Todos eram mais felizes. Também não se freqüentava o psicanalista, psiquiatra ou psicólogo. Não era preciso, talvez. As pessoas iam se ajudando como podiam, moldando suas vidas de acordo com as possibilidades. Ajudavam e eram ajudadas. A solidariedade humana não custava tão caro. Dar um prato de comida, uma roupa usada ou até um trocado para o necessitado não prejudicava ninguém. Algumas pessoas mais abastadas até ajudavam seus empregados a construírem suas próprias casas. Havia gratidão e fidelidade entre patrão e empregado. A Ilha era quase virgem, os preços dos imóveis acessíveis aos cidadãos. Não havia engarrafamento, poluição, tanta droga e criminalidade. Vivíamos no paraíso e não sabíamos.
Não se falava em produtividade, não havia cybers-dependentes na juventude, não havia tanta falsidade e egoísmo. As crianças brincavam nas ruas e nos terrenos vazios. Uma lata de leite em pó, cheia de brita e puxada por um barbante, virava um brinquedo emocionante. Hoje é preciso um laptop com muitos megabytes e uma Ferrari para que muitos possam dizer: Eu sou alguém, eu valho alguma coisa…E a amizade passou a ser assunto cibernético… Já não temos tempo para os amigos
Ai que saudade que eu tenho da minha Lagoa, que era (só) minha e da Conceição…
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