5 de abr. de 2010

Judas no Mercado Público

A malhação do Judas não deixa de ser, digamos, justiça com as próprias mãos, o que esbarra com a nossa proposta de trabalhar valores, não violência, etc, e por isso nosso boneco leva o nome de Judas da Paz.
Passada a Semana Santa, a sementinha está agora em boa parte das cabeças que passaram entre o Mercado Público e o Camelódromo Municipal de Florianópolis na manhã de sábado, 03 de abril.
Uma faixa que o acompanha leva os dizeres..."vamos malhar o Judas e deixar o boi em paz", lembrando que em algum ponto do passado a antiga brincadeira do boi foi confundida com a malhação do Judas, ambas manifestações da mesma época, e o animal, como se fosse ele o apóstolo traidor do Cristo, passou a ser malhado e JUDIADO.
Na semana retrasada realizamos em parceria com o Angeloni a Farra do Boi-de-mamão, outra tentativa de manter acesa a chama das verdadeiras e inofensivas tradições do nosso povo.
Ambos, boi-de-mamão e Judas, confeccionados de pano e madeira, levam, seja de forma clara como jogam no inconsciente das pessoas, a mensagem de paz.
Além das farras do boi-de-mamão e dos Judas da paz, ha alguns anos aqui em Florianópolis, no Corrego Grande, a comunidade realiza a farra do chocolate, com crianças, famílias e comunidade em geral.
Sobre farra do boi vejamos o que disse o ministro Rezek, do STF

“Não posso ver como juridicamente correta a idéia de que em prática dessa natureza a Constituição não é alvejada. Não há aqui uma manifestação cultural, com abusos avulsos; há uma prática abertamente violenta e cruel para com os animais, e a Constitução não deseja isso. Bem disse o advogado da Tribuna: manifestações culturais são as práticas existentes em outras partes do país, que também envolvem bois submetidos à farra do público, mas de pano, de madeira, de ‘papier maché’; não seres vivos, dotados de sensibilidade e preservados pela Constituição da República contra esse gênero de comportamento. De resto, com a negligência no que se refere à sensibilidade de animais anda-se meio caminho até a indiferença a quanto se faça a seres humanos. Essas duas formas de desídia são irmãs e quase sempre se reúnem, escalonadamente”.
Ministro Francisco Rezek, relator da decisão do Supremo Tribunal Federal, de 3/6/1997 (Recurso Extraordinário no 153.531-8/SC; RT 753/101), que proíbe a Farra do Boi.

"VAMOS MALHAR O JUDAS (de pano) E DEIXAR O BOI (da farra) EM PAZ!"

Nascendo o Judas 
Carioca (de camiseta branca) Fernandes (costurando)
e o filho Victor Hugo na praça dos Bombeiros, na tarde da Sexta-feira Santa 


O Judas, já exposto, entre o Mercado Público
e o Camelódromo Municipal já na manhã de sábado


Em destaque a faixa que deixa clara 
manifestação pacifica 


Uma aproximação do boneco ja com diversos "Judas" citados, 
a maioria deles políticos, lembrados pelos transeuntes  


A equipe da RBSTV chegando e conferindo os últimos detalhes
para a externa ao vivo no Jornal do Almoço


Muito interessante, ao mesmo tempo que gratificante,
a reação das pessoas, assim como a participação  


Nativos, moradores e turistas na manhã de sábado
conferindo a lembrança da antiga e praticamente extinta
Malhação do Judas...
... enquanto a farra do boi (estúpida e violenta)
resiste em algumas comunidades do nosso litoral


A exemplo do ano passado, nosso Judas saido dali, retornou para a praça e de lá se dirigiu para Coqueiros na companhia do Ito, da Tina, da Elayne e do Paulo (amigo do Ito). kkk

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