14 de mar. de 2010

Farra do boi em ano de eleições

Vocês que acompanhm o K1 (mesmo que esporadicamente) ja leram aqui divesas vezes que este não é um blog sobre proteção animal, ainda que seu moderador seja militante da causa. Assim sendo, não vou (pelo menos espero) carregar essas páginas com todas as notas sobre farra do boi que sairem na imprensa, mas apenas as mais interessantes. Entretanto, essas primeiras matérias da semana passada - ate para se atualizarem - aqui estão, e sobre elas tenho algo a dizer.  

Engraçado como estão afinadas  imprensa (ou parte dela) e segurança pública de SC este ano quando anunaciam que as ações a serem desenvolvidas nessa temporada de farra (de ano eleitoral) terão como objetivo evitar que os animais sejam maltratados. Isso quer dizer que as farras acontecerão aqui, alie acolá, desrespeitando a Lei 9605/98, de Crimes Ambientais, a decisão so STF que considerou criminosa a farra do boi e determinou sua proibição em todo território catarinense e ponto final. Confiram nas matérias mais abaixo.

Além disso, todos os anos várias entidades de defesa dos direitos dos animais participam dessa reunição, o que não houve esse ano, mesmo que as notas dos jornais falem da participação deste segmento. É possível que uma ou duas organizações e pessoas tenham sido convidadas dessa vez, e claro, organizações e pessoas POLITICAMENTE LIGADAS aos que estão nas secretarias decidindo em nome do Estado. 

Houve num outro ano eleitoral não muito distante, que reuniões desse tipo (ou parecidas) se deram como peças de teatro, com produção, direção e supervisão, tudo seguindo um roteiro elaborado cuidadosamente. 

Então é assim, senhoras e senhores, a justiça manda proibir a farra do boi, mas EM ANO DE ELEIÇÕES a orientação do Estado será que os animais não sejam maltratados. Isso parte da mesma segurança que para farra do boi (crime, proibida por lei e por decisão do STF após ter sido julgada) usa do discurso "nós não vamos entrar em confronto com a comunidade"... e contra estudantes, greves de idosos, de taxistas, de trabalhadores, Grito dos Excuídos, Novembrada, etc, etc, etc (tudo isso garantido pela Constituição, diferentemente da farra), muda o discurso para... "vamos fazer o que for preciso, ate mesmo usar da força, para restabelecer a ordem pública e fazer cumprir o que determina a lei".  

Temos ai, portanto, uma clara inversão das coisas, ou seja, O CRIME DA FARRA DO BOI encoberto e protegido por interesses políticos eleitoreiros, enquanto manifestações como as citadas acima, garantidas pela Constituição, sofrendo as mais duras repressões da força policial.      
Clique nas imagens abaixo para ampliá-las.              








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Diário Catarinense, 12 de março de 2010

FARRA DO BOI

O combate à farra do boi já começou no Estado. Em uma reunião, ontem, no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, foram levantadas ideias para evitar que os animais sejam transportados e maltratados.

Durante o encontro, foram debatidas, ainda, as formas de atuação, desde os atos de conscientização das populações envolvidas, passando pela restrição ao deslocamento de veículos que levam, irregularmente, os animais, e terminando com as ações repressivas de Polícia Militar, Ministério Público, Cidasc e Associação de Proteção dos Animais.

A Polícia Militar já está trabalhando no levantamento dos locais, como fazendas, currais e rotas onde pode ocorrer a prática ilegal e comum nesta época do ano.
Escolas litorâneas terão palestras

Helicópteros, lanchas, câmeras panorâmicas e até policiais a paisana serão utilizados durante as operações. O Ministério Público deverá promover ações educativas. Entre elas, estão palestras em escolas litorâneas, principalmente em locais onde a farra do boi é mais frequente, como Governador Celso Ramos e na região Norte da Capital.

As estratégias serão definidas com detalhes no dia 18, quando a Cidasc e a polícia se reunirão mais uma vez.

– Sabemos da polêmica que o combate ao que alguns chamam de tradição causa, mas ninguém pode negar que há maus-tratos a animais e que isso traz consequências – comentou o diretor técnico da Cidasc, José Waltrick.

Denúncias de farra do boi deverão ser comunicadas pelo telefone, no número 190. Uma equipe da Polícia Militar deverá atuar imediatamente depois da denúncia.

Um comentário:

  1. Andréa Marcellino - Navegantes - SC15/03/2010, 15:04

    Não vamos esquecer que a PM tem de ir até o local para defender uma vítima que é o animal! Não é preciso ter laço nem caminhão! É preciso ter competência para colocar o crimoso (que é o farrista) no seu devido lugar e de preferência com uma tatuagem feita à bala (que pode ser borracha), mas que não deve ser economizada ou usada contra a vítima! O que for contrário a isto, nos faz desacreditar na segurança pública e na justiça!

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